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30 de jan. de 2019
“Caravelas” irão despoluir rios e parques urbanos em Curitiba.
A estrutura utiliza as próprias algas para limpar as águas, sem uso de energia convencional e com um custo operacional baixo.
Há pelo menos 20 anos, os cientistas sabem a maneira mais e ciente e barata de solucionar a poluição orgânica das águas de rios e parques urbanos, mas só agora a ação começa a ganhar forma, em Curitiba, na forma de pequenas “caravelas”. A iniciativa é do premiado escritório de design Furf Design, dos sócios Maurício Noronha e Rodrigo Brenner, em colaboração com o oceanógrafo Bruno Libardoni, que está terminando seu doutorado em Geociências na Universidade Federal Fluminense e passou por renomadas instituições de ensino na Europa. As informações são do Gazeta do Povo.
Com o nome apropriado de “Caravela”, a estrutura é sustentável, e ciente e democrática. Feita a partir de bioplástico com 10 m2 e 2 metros de altura, ela otimiza o crescimento das algas, que em simbiose com as bactérias, utilizam a poluição da água para crescer no processo natural. A ideia é delimitar o crescimento das algas e com isso impedir o desequilíbrio ambiental.
Segundo algumas pesquisas, as algas retiram até 10 gramas de Fósforo das águas e geram 350 gramas de alga seca (biomassa). Durante um ano, uma única Caravela poderá colher 1 tonelada de biomassa. Isso tudo sem uso de energia convencional e com um custo operacional baixo, ao contrário das alternativas já existentes. “Essa é a honestidade cientí ca do projeto. Não vamos inserir produtos. Vamos utilizar organismos do próprio ambiente. Implementada a Caravela, as algas começam a crescer, a água ca mais clara, com menos poluição”, explica Libardoni.
Depois de duas semanas, quando as algas atingirem seu tamanho máximo, elas poderão ser colhidas e virar combustível, fertilizante para a agricultura, proteína para a indústria alimentícia ou bioplástico para construir novas Caravelas. A estrutura da embarcação conta ainda com painéis solares que irão gerar energia elétrica para alimentar luzes de LED vermelhas e azuis que permitirão uma fotossíntese contínua das algas durante a noite, aumentando seu potencial de crescimento em 40%, além de sensores que permitem saber as condições da água em tempo real.
Deixando um pouco de lado sua capacidade despoluidora, a Caravela em si é um show à parte. “O movimento é quasecomo um balé”, destaca Brenner. Ela assume o formato de uma gota e outras vezes de um barquinho caricato.
O projeto será implantado em Curitiba, pelo menos inicialmente. Os primeiros testes acontecerão dentro de três meses, após novos aprimoramentos. Noronha e Brenner ainda avaliam o preço da primeira caravela. A Prefeitura de Curitiba sinalizou através da Secretaria Municipal de Meio Ambiente que apoia a iniciativa em seus parques.
Fonte: ecoadubo.blog.br/ecoblog/despoluindo-rios/